manual do cuidador 2024/25

“idosos com e sem dependência”

manual do cuidador

Manual do cuidador 2024/25. Quando alguém próximo adoece, adaptar-se a essa nova realidade é certamente difícil.

A presença de um doente com necessidades permanentes no domicílio altera inesperadamente as rotinas e prioridades do cuidador.

Perante o esforço exigido, é normal que o cuidador por vezes se sinta incapaz de lidar com a situação, exausto física e emocionalmente, sozinho e com medos.

Cuide de si

Ao começar a prestar cuidados ao dependente, pode “esquecer-se” temporariamente dos seus familiares e até de si próprio.

Pense que, se não estiver bem, não poderá prestar os cuidados que o doente necessita. Em seguida, deixamos alguns conselhos:

  • Reserve algum tempo para a prática de exercício físico;
  • Fale dos seus sentimentos e preocupações com alguém da sua confiança, isso certamente ajudará;
  • Peça e aceite ajuda de outras pessoas;
  • Solicite a colaboração de familiares e/ou amigos sempre que se sentir sobrecarregado/a ou cansado/a;
  • Descubra formas de desabafar e libertar a tensão.

Comunique com o dependente

Comunicar não é apenas falar. Estar presente e saber ouvir é tão ou mais importante que falar.

Quando o doente tem dificuldade em comunicar verbalmente, devemos estar atentos à sua linguagem corporal: expressão do rosto, gestos e tom de voz.

Nunca faça promessas que não possa cumprir, não dê falsas esperanças, não julgue o que o doente diz ou faz e tente não mudar de assunto para ele não se sentir desvalorizado.

O dependente necessita de afeto e compreensão: o toque, o abraço, o segurar da mão e acariciar são formas de demonstrar isso.

Ambiente

O local mais importante para o doente é onde ele permanece a maior parte do tempo e onde recebe os cuidados. É essencial que seja um lugar seguro e confortável:

  • Deve ser cómodo, arejado e espaçoso;
  • Sem móveis, tapetes ou objetos que possam ser obstáculos para a prestação de cuidados;
  • Com uma zona onde o doente possa ter os seus objetos pessoais;
  • Deve haver uma mesa próxima do doente, que ele consiga alcançar, permitindo-lhe alguma autonomia;
  • Ter junto do doente uma campainha ou sineta para que ele possa pedir auxílio.

Higiene

A higiene é um dos fatores mais importantes para o conforto e qualidade de vida de uma pessoa.

É importante que o cuidador avalie o grau de dependência do doente em relação à higiene pessoal, tendo em conta a sua segurança.

O cuidador deve auxiliar o doente apenas o necessário, estimulando ao máximo a sua participação.

 Higiene oral

A higiene oral é uma parte fundamental nos cuidados de higiene, não só mantém o doente mais confortável como:

  • Previne infeções, cáries e aftas;
  • Elimina restos de alimentos e microrganismos;
  • Estimula a circulação do sangue;
  • Evita o mau hálito.

Quando realizar?

  • Ao acordar pela manhã, após as refeições e antes de dormir;
  • Deve ser realizada sempre, tenha o doente dentes naturais ou placa e mesmo que não se alimente pela boca (uso de sonda).

Qual o material necessário?

  • Toalha de rosto;
  • Pasta dentífrica ou solução antisséptica e fita dentária;
  • Escova de dentes ou espátula tipo “palito de sorvete” envolta em gaze;
  • Copo com água;
  • Recipiente para desprezar água suja;
  • Hidratante para os lábios (vaselina líquida ou batom de cieiro);
  • Escova de unhas sem uso anterior para limpeza de próteses ou coroa.

Procedimento:

Inicie o banho pelo rosto (sem esquecer olhos e orelhas) e prossiga até aos pés (lave o cabelo sempre que necessário). Lave uma parte do corpo de cada vez, destapando apenas essa zona. Seque o corpo à medida que vai lavando, com especial atenção às pregas da pele (mamas, axilas e entre os dedos). Ajude o doente a voltar-se de lado para lavar as costas. Lave a zona genital e anal no fim do banho, da frente para trás. Se o doente for homem, puxe cuidadosamente a pele que cobre o pénis, lave e seque.

Troque a água das bacias sempre que estiver suja ou fria, deixando o doente numa posição confortável e segura.

Por fim, vista o doente e coloque-o numa posição confortável.

Quando não for possível o banho completo, lave pelo menos a cara, as mãos, as axilas e os genitais do doente diariamente.

sonda vesical

Os rins produzem a urina que se acumula na bexiga, sendo esvaziada para o exterior através de um canal chamado uretra.

A sonda vesical é um tubo ou sistema de tubos utilizado para esvaziar e recolher a urina da bexiga. Utiliza-se quando o doente não consegue urinar, porque a saída está obstruída ou porque existe uma alteração nos nervos que controlam o esvaziamento da bexiga.

Também se utiliza caso ocorram perdas de urina que determinam problemas graves de higiene.

Por fim, podem também usar-se para introduzir medicamentos na bexiga, obter amostras de urina ou controlar a quantidade de urina produzida.

Introduza a sonda, após a aplicação de um gel lubrificante, pela uretra até à bexiga, e insufle um balão existente na ponta do tubo para que este não saia.

As sondas vesicais de longa duração necessitam de alguns cuidados para prevenir a infeção, manter a permeabilidade, prevenir a ocorrência de traumatismo dos tecidos e formação de úlceras e providenciar o conforto do doente.

Cuidados a ter com a sonda vesical

  • O doente deve beber pelo menos 2L de água diários;

  • O cuidador deve lavar as mãos antes e depois de manipular a sonda;
  • A sonda vesical, o saco coletor e os genitais devem ser mantidos limpos para evitar infeções;
  • Sempre que lavar os genitais do doente, lave também o tubo visível da sonda vesical com água e sabão;
  • Evite puxar ou empurrar a sonda vesical para não causar feridas;
  • Coloque o saco coletor abaixo do nível da bexiga, sem colocar no chão;
  • Retire o saco coletor com válvula unicamente para esvaziá-lo, sendo esvaziado através desta. Use um avental e luvas de proteção;
  • Substitua o saco coletor sem válvula quando estiver cheio;
  • O período máximo de permanência do saco coletor deve ser 7 dias;
  • Quando trocar o saco coletor, desinfete a conexão da sonda com álcool a 70º.

Quando contactar a equipa de saúde?

  • Na presença de febre, urina espessa ou turva ou com cheiro intenso;
  • Se apresentar inflamação da uretra;
  • Se observar sangue dentro ou fora da sonda;
  • Quando não urinar ou o volume de urina diminuir acentuadamente apesar da ingestão abundante de líquidos;
  • Se perder urina em grande quantidade por fora da sonda;
  • Na presença de dor na bexiga.

 Os lençóis e roupa da cama

Para quem passa longos períodos de tempo numa cama, é ainda mais importante que esta esteja sempre limpa e cómoda. Utilize lençóis 100% algodão – evitam a transpiração do doente e podem ser lavados a altas temperaturas.

Ao passo que no verão, coloque uma manta de algodão leve e, no inverno, um cobertor de lã mais pesado.

Com efeito se necessário, mude diariamente os lençóis da cama. Se não, mantenha-os sempre bem esticados e livres de migalhas ou outros vestígios de comida.

Às vezes os lençóis enrugados são desconfortáveis, podem restringir a circulação e contribuir para a formação de feridas.

O doente deve sair da cama para que esta possa ser mudada, permitindo-lhe também realizar algum exercício e distrair-se. Caso não seja possível sair da cama, mudar os lençóis requererá alguma destreza.

Se a cama tiver rodas certifique-se que está travada e coloque a cabeceira na horizontal (se isso não prejudicar o doente).

Muda da cama:

  • Retire a almofada e o lençol de cima;
  • Assim com uma mão no braço ou ombro e outra na perna dobrada, rode o doente para o bordo da cama, puxando-o na sua direção;
  • Certifique-se que o doente está seguro e numa posição fixa;
  • Assim retire o lençol de baixo e liberte-o até às costas do doente;
  • Em seguida, coloque o lençol limpo, aproximando-o das costas do doente;
  • Então desloque o doente para o outro lado da cama, utilizando a mesma técnica;
  • Retire o lençol sujo e estique o lençol de baixo completamente;
  • Mude a fronha da almofada;
  • Posicione o doente novamente e desse modo certifique-se que está confortável;
  • Considere sempre o doente como um adulto válido, que possui sentimentos, que pensa, que ri e que chora, ou seja que tem necessidades e vontades;
  • Em suma disponha de tempo para ele;
  • Encoraje-o a falar, principalmente não o censure;
  • Seja positivo e otimista, seja como for viva a vida e acredite 100% nela;
  • Estimule-o a participar nas atividades familiares e no seu autocuidado;
  • Primeiramente proporcione o seu conforto e bem-estar;
  • Seja corajoso/a, forte e determinado/a, pois assim servirá de exemplo para ele;
  • No entanto reserve ainda algum tempo para si e preocupe-se com a sua saúde.

Deste modo deixamos aqui neste Manual do cuidador algumas dicas ainda assim como forma de dar um contributo na sua árdua tarefa, pois temos bem presente como quanto assim é, forca e muito amor pois um dia será compensada de certo.

Manual do Cuidador 2024/25

Artigos Relacionados

O lar de idosos sitio da luz a 30 minutos de Lisboa com preços desde 700€

Qual a temperatura certa para os idosos

Os idosos, a par das crianças, são as pessoas que mais sofrem com a chegada do Inverno.

Prevenção de úlceras de pressão

As úlceras de pressão surgem quando a pessoa fica muito tempo na mesma posição, devendo-se à …

Administração de medicamentos

Uma das principais responsabilidades dos profissionais de saúde que atendem pessoas idosas …

Casa de Campo

Casa de Acolhimento.

As casas de acolhimento para idosos de pequena dimensão oferecem uma série de vantagens…